APT MKT
Originalmente com planta bastante segmentada e certa escassez de iluminação natural, o projeto de reforma deste apartamento na cidade do Rio de Janeiro buscou unir seus ambientes, enquanto maximizava suas aberturas.
Com o objetivo de assegurar o maior aproveitamento e integração, o perímetro da varanda existente recebeu ampliação da cobertura, enquanto as paredes limítrofes entre o espaço interno e externo foram removidas, dando origem ao amplo living, por sua vez conectado à cozinha, escritório e um pequeno terraço, respectivamente.
Para o melhor aproveitamento da iluminação natural, estratégias arquitetônicas foram definidas junto à reforma, tais como a adoção de novos caixilhos de vidro na fachada principal; aberturas ao longo das demais superfícies; e claraboia na nova cobertura metálica. Essas alterações viabilizaram que também houvesse maior benefício da ventilação, impactando diretamente na qualidade térmica do interior.
Materialmente, o projeto foi pensado tentando trazer diferentes nuances e texturas naturais, em contrapartida ao valor afetivo da moradia que acompanha os clientes há aproximadamente duas décadas. Para tanto, os dois pilares centrais que dividem o living foram mantidos em concreto aparente, enquanto todo o piso recebeu tábuas de madeira, e forro parcialmente em réguas de madeira.
No estar, o longo sofá de 8,30 metros atravessa toda a extensão do espaço, sugerindo momentos de conversa e desfrute. No mobiliário, foram escolhidas categoricamente peças que evocam a brasilidade do design moderno nacional, a exemplo das poltronas Mole, de Sérgio Rodrigues; cadeira Girafa bordadeira, de Lina Bo Bardi; e par de mesas de centro Lenço, desenhadas por Jorge Zalszupin; em harmonia àquelas artesanais, como os bancos do Xingu e cestarias em palha.
Para acomodar a coleção de livros e objetos, a estante linear acompanha toda a extremidade, ora como área de armazenamento, ora como expositor, até o lavabo, onde a cuba em corian segue a mesma modulação e mimetiza o acabamento aplicado na laca da marcenaria.
Tirando partido da posição dos dois pilares central, optou-se por ressignificar o papel assumido por estes no espaço, os transformando em elementos estruturais às duas mesas, senda a primeira para o jantar (com 1,80×1,80 metro) e a segunda como apoio à área de trabalho (com 1,80×1,00 metro), que emergem parecendo flutuar sobre o piso, graças ao sistema de cinta metálica que abraça a estrutura, apoiando uma viga e chapa de mesmo material, de onde a base de madeira freijó maciça é disposta. Em composição, cadeiras em palhinha desenhadas por Sergio Rodrigues e pendente Maru, de Ingo Maurer. Na mesa oposta, cadeiras de Martin Eisler.
Conectando visualmente os diferentes ambientes e viabilizando a funcionalidade, a cozinha foi aberta à sala de jantar, mas com a possibilidade de ser completamente fechada, se desejado, a partir do recolhimento do painel de correr, que se transforma em uma parede em apoio à recepção das obras de arte.
A pequena varanda de acesso ao terraço superior ganhou jardim vertical, de onde uma pequena abertura surge emoldurando a paisagem. Duas poltronas Loop, desenhadas por Willy Guhl, compõe a circulação.
Assim como na área social, nos dormitórios, houve a introdução de novos caixilhos e de onde um sistema de brises horizontais foi instalado, contribuindo à troca de ar.
Trazendo identidade visual aos banheiros, ladrilhos hidráulicos revestem as superfícies das paredes, que tem suas cores ressaltadas pela luz zenital.
Local:
Rio de Janeiro, RJ
Data do projeto:
2019
Área:
239 m²
Arquitetura:
Bernardes Arquitetura
Interiores:
Bernardes Arquitetura
Equipe:
Thiago Bernardes, Antonia Bernardes, Francisco Abreu, Caroline Premoli, Thais Villar, Manuela Portella, Paulo Martins
Paisagismo:
Semear Paisagismo
Iluminação:
Lightworks Iluminação
Fotos:
Ruy Teixeira
Tags:
#apartamento #interiores