INSTITUTO BRINCANTE
A Bernardes Arquitetura mobilizada pelo convite feito pelo instituto Alana em 2015, se juntou à instituição para projetar um novo espaço para o Instituto Brincante. A nova sede ocupa uma área bastante reduzida, localizada exatamente ao lado do antigo galpão sede. O terreno de 320 m² e o orçamento fixo atenderam a um programa com auditório para cerca de 80 pessoas, sala de ensaios, espaço para armazenamento de instrumentos, figurinos e adereços, área administrativa e espaços de apoio.
O partido arquitetônico adotado privilegia a comunicação direta do edifício com a rua e o bairro que acolhe o Instituto por décadas, a Vila Madalena. No nível da rua, a transição entre espaço público e privado se dá por brises verticais de madeira espaçados que buscam convidar o olhar público à constante construção cultural do Instituto. O acesso acontece por uma pequena praça onde o público encontra a bilheteria, que pode funcionar também como bar nos dias de eventos e, ao lado direito do lote, o túnel de acesso ao palco do auditório. O eixo principal de circulação acontece pela escada helicoidal situada na lateral esquerda do lote. Trata-se de uma conexão vertical externa que liga os três níveis: térreo, mezanino e pavimento superior.
O mezanino é ao mesmo tempo área de transição e permanência ligada ao auditório. Serve também como uma ampliação do foyer do térreo, permitindo um acesso direto ao nível superior da arquibancada e à uma passarela criada sobre a área do palco, com intenção de ampliar a capacidade do auditório, possibilitar intervenções artísticas em dois planos e conectar-se ao jardim que está na parte posterior do palco.
No último pavimento temos sala de reunião, escritório, copa, vestiário, além da sala multiuso que é iluminada por um grande pano de vidro, parcialmente protegido pelo brise em madeira e pela esquadria da cobertura em shed. Ressalta-se, por fim, que através da comunicação visual direta da nova sede do Brincante com a rua, pode ser expresso o diálogo formal possível entre o local da representação do mundo (palco) e o de sua apreensão (rua, bairro, cidade).
Local:
São Paulo, SP
Data do projeto:
2016
Área:
342 m²
Arquitetura:
Bernardes Arquitetura
Interiores:
Bernardes Arquitetura
Equipe:
Thiago Bernardes, Dante Furlan, Rafael Oliveira, Maria Vittoria Oliveira, Marcelo Dondo, Ana Paula Endo, Mary Helle Moda e Flavio Faggion
Iluminação:
Foco Iluminação
Fotos:
Leonardo Finotti
Prêmios:
- 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza, Selecionado para a Mostra "Muros de Ar", do Pavilhão do Brasil, 2018
- Prêmio de Arquitetura Tomie Ohtake/Akzonobel, Finalista, 2017