TORRE CIDADE JARDIM
Convidados para um concurso fechado ao desenvolvimento de um empreendimento de uso misto, promovido por uma incorporadora bastante conhecida na cidade de São Paulo e com quem já havíamos trabalhado anteriormente, esta ocasião representou uma grande oportunidade para a Bernardes Arquitetura.
Proposto para um lote no ponto de convergência de dois dos principais eixos de negócios de São Paulo, as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Luís Carlos Berrini e o bairro residencial Cidade Jardim, a Torre Cidade Jardim une espaços comercial, corporativo e residencial, distribuídos em 37 pavimentos que privilegiam o skyline da cidade.
A posição intermediária da torre entre os arranha-céus e blocos habitacionais exigia uma tipologia de transição que mesclava as escalas monumentais e de baixo gabarito de seus arredores em um único edifício. Aproveitando a situação urbana privilegiada, uma praça pública é criada na borda mais curta do lote, dando acesso à entrada principal do centro de negócios e conectando as ruas adjacentes ao local.
Um dos questionamentos da equipe da Bernardes Arquitetura era como introduzir a torre de 115 metros de altura de maneira silenciosa sobre a paisagem e, sobretudo, no eixo urbano que ainda passa por transformações. Com isso em mente, optou-se por fragmentar os diferentes programas em quatro volumes sobrepostos, de maneira que cada massa em seção trapezoidal e vértices arredondados é moldada com dimensões inferiores à medida que é elevada, como um efeito cascata que torna a transição fluída. Entre cada uma, áreas de uso comum são criadas a partir do recuo da caixilharia, que dão origem a um grande beiral e terraço.
Nas aberturas de todo o edifício, molduras inclinadas criam ritmo e maior profundidade a fachada, com acabamento em mármore nos primeiros pavimentos e zinco nos demais. Seus ângulos maximizam a proteção solar direta enquanto direcionam as vistas.
Na base maciça estão os espaços comerciais – uma agência bancária no pavimento térreo de pé direito duplo e com mezanino, e no terraço com acesso independente, um restaurante e bar. Entre cada uma das seções superiores são criados espaços compartilhados cujos programas variam de acordo com seu acesso público. Do terceiro ao sexto piso, de planta livre com núcleo de circulação vertical central, são destinados a escritórios.
Com área recuada e considerável beiral em balanço que propicia área sombreada durante o dia, além de floreiras perimetrais, o sétimo pavimento localiza área de estar de uso comum aos moradores dos lofts do oitavo ao décimo nono pavimento. No vigésimo piso, outro terraço de dimensão inferior e com vista desobstruída acima dos edifícios adjacentes concentra uma área de estar aos moradores dos apartamentos do vigésimo primeiro ao trigésimo sétimo pavimento.
Local:
São Paulo, SP
Data do projeto:
2020
Área:
23883 m²
Arquitetura:
Bernardes Arquitetura
Equipe:
Thiago Bernardes, Gabriel Duarte, Renata Bertol, Miguel Darcy, Rafael Marengoni